segunda-feira, 13 de outubro de 2008

O sargento americano e a modelo cazaque


"A morte é um caso sério. Mais para os jovens do que para os idosos. Estes vão se acomodando lentamente com a idéia da morte, mais por fatalidade do que por renúncia da vida. Aqueles esperneiam o quanto podem e abrem a boca, na esperança de relaxar.

É o caso do sargento do exército americano Jeff Barillaro, 31 anos, que serviu em Bagdá por 15 meses (de agosto de 2005 a novembro de 2006). Para suportar os reveses da guerra, nas horas de folga ele fazia música. Numa de suas canções Barillaro escreveu: "Vou morrer, vou me ferir, essas coisas sempre vêm a mente Ele vai morrer ou ela vai morrer É apenas uma questão de tempo Coloco meu uniforme, coloco meu capacete Beijo as fotografias de minha família, mando um email à minha garota, para que ela saiba que eu sinto a sua falta."

Do outro lado do mundo, em Nova York, uma modelo de 20 anos chamada Ruslana Korshunova, escrevia poemas e colocava em seu site de relacionamentos. Um deles diz: "A vida é curta. Quebre as regras. Perdoe rápido. Beije lentamente. Ame de verdade. Ria descontroladamente. E nunca lamente nada que tenha feito você sorrir."

Curioso é que o sargente americano que dizia: "Vou morrer" ainda não morreu, e a modelo nascida no Cazaquistão e que foi capa de revistas européias como Elle e Vogue morreu no dia 28 de junho, ao cair da janela de seu apartamento no nono andar de um prédio em Manhattan.

A morte não tem educação. Ela não baté à porta. Ela não pede licença para entrar, como se queixa o profeta Jeremias: "A morte subiu e penetrou pelas nossas janelas e invadiu as nossas fortalezas, eliminando das ruas as crianças e das praças os rapazes." (Jr 9.21).

Portanto, vamos nos perdoar rápido, vamos nos beijar lentamente, vamos nos amar de verdade, vamos rir descontroladamente, vamos valorizar tudo que há de bom e nos faz sorrir. E, mais do que tudo, vamos nos aproximar cada vez mais de Deus, com quem nos encontraremos face a face logo depois da morte!"


Revista Ultimato, Setembro-Outubro, 2008, página 16.

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