quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Sobrevivi!

Sobrevivi às tempestades, a todos os ventos tempestuosos que insistiram em soprar mesmo quando toda a minha vida estava no chão.
Sobrevivi às especulações maldosas e maliciosas das outras pessoas.
Sobrevivi mesmo quando não era viável aos meus olhos.
Sobrevivi a dores tão fortes na minha alma que se tivessem atingido o meu corpo, sei que eu não seria capaz de aguentar.
Sobrevivi às despedidas, aos choros que vinham acompanhados de soluços. Eu sobrevivi às mentiras que tentaram me fazer acreditar que eram verdades.
Sobrevivi a tantos ataques dramáticos (meus e dos outros) que Shakespeare morreria (de novo) de inveja por toda essa experiência teatral obtida.
Sobrevivi a uma pneumonia e a uma infeccção no intestino, tudo isso durante a primeira infância. Duas extrações dos malditos dentes do "juízo", vários hematomas e cortes com papel, vários bifes tirados no alicate, a trombadas no batente da porta, a todo tipo de desastre que eu poderia ter causado com a minha delicadeza de elefante em loja de cristais e a muitíssimos olhos-gordos.
Sobrevivi a dois vestibulares e espero em Deus que eu tenha forças, inteligência e paciência pra sobreviver a um terceiro.
Sobrevivi a tantas desilusões amorosas quanto às páginas que eu tenho escritas aqui, cheias de palavras vãs, de palavras rudes e absolutamente honestas para o momento, que estão cheias de sentimentos.
Sobrevivi mesmo ouvindo impropérios sem fim, palavras crueis que não deveriam ser ditas a ninguém.
Sobrevivi suportando a amargura das pessoas e pedindo a Deus todos os dias para que Ele me desse paciência e forças pra que eu não me rendesse aos piores sentimentos que seria capaz de cultivar de maneira egoísta e mesquinha.
Sobrevivi aos fenômenos naturais, aos desastres, aos invernos nem tão rigorosos aqui, aos verões escaldantes e às primaveras deliciosas e enganadoras.
Sobrevivi pela misericórdia de Deus, por que eu, só por mim, não sou nada.
Sobrevivi a novas amizades, às diferenças e às semelhanças; a pessoas que nunca me apoiaram nem me apoiarão, seja lá qual for a decisão que eu tomarei. Sobrevivi a pessoas que nunca se interessam por me conhecer, embora o meu esforço para entendê-las fosse grande.
Sobrevivi aos anos de solidão e sofrimento, e agora não luto contra eles, não me poupo nem me salvo, mas me rendo porque sei que as situações proporcionadas por eles só me fazem crescer.
Sobrevivi perdendo coisas e pessoas que foram importantes para mim, e outras que seriam importantes se eu tivesse tido coragem para lutar por elas.
Sobrevivi com meus arrependimentos por não ter gritado, por não ter sido mal-educada quando deveria, por não ter fugido e por não ter me arriscado quando era preciso.

Sobrevivi pra descobrir quem sou eu, pra entender por que eu estou aqui e o que é preciso que eu faça antes do fim.

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