quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Um caso antigo

Ele é recorrente, esse meu caso antigo. Vem e vai na minha mente, nos meus ossos, nos meus músculos, no meu estômago e no meu coração. Ele já me fez perder noites de sono, já me revirou o estômago e rendeu discussões acaloradas com meus amigos e meus pais. Ele é meu sonho, desde que me conheci como adolescente, ele esteve ali e sempre me desafiava a fazer coisas que eu achava que não saberia fazer. O problema é que ele é o caso antigo de muita gente, não só meu. Muita gente já me disse pra desistir dele, pra tentar outra coisa. Disseram que isso não era realmente importante, mas eu não poderia deixar de  lhe dar a terceira e última chance. Quem é meu caso antigo? Ainda não adivinhou? Pois bem, meu caso antigo é o vestibular!


É sim um romance minha relação com o vestibular. Um romance daqueles de adolescente mesmo, mas, felizmente, cresci um pouquinho com essa relação. Ela começou no primeiro ano do ensino médio, os professores só sabiam falar do tal vestibular, mas a estrutura psicológica eu não tinha. Não fazia ideia de que seria uma prova tão filha da mãe difícil como é. Eu não estava nem aí, estava curtindo meus dias de teen girl, e enfim, no terceiro ano o Enem trollou todos os estudantes, que tiveram que se matar em dezembro e resolver uma prova TÃO besta quanto aquela. A prova da Fuvest me fez ter pesadelos, jurei que não mais a faria, mas sabe como é esse meu caso recorrente... Ironicamente, esse ano estou apostando minhas fichas na USP, mas tenho arrepios só de pensar na segunda fase. Na Unicamp (primeira vez, inexperiente), deixei uma questão de matemática, uma de física e uma de química em branco. Não levantei nem pra ir ao banheiro e não comi. Grandes erros.

Como toda teimosa e dreamer que eu sou, resolvi fazer o cursinho. Amadureci 25 anos em seis meses. Queria morrer vendo todas aquelas matérias repetidas, mas a vida é assim mesmo, uma repetição do que já aconteceu antes, já dizia Salomão em Eclesiastes. Não estudei o suficiente, não passei. História resumida. Aconteceram outras coisas também que desviaram meu pensamento, mas isso é assunto pra outra hora...

E o que a teimosa fez? Mais um ano de cursinho. Pra quem não sabe, estou prestando Engenharia Civil e, para meu desgosto, todo e qualquer tipo de mídia resolveu divulgar que esta área está com déficit de profissionais. O resultado, é claro, foi o crescimento quase que exponencial no número de candidatos-vaga do curso. Ano passado, na Unicamp, por exemplo, eram 36,7, esse ano já saltou pra 47,4. Minha esperança e certeza, já que eu experimentei isso no primeiro vestibular é que 85% dos candidatos que se inscreveram pra esse vestibular vão escrever o nome na prova e não farão a mínima ideia do que estão fazendo. E dos 15% que restarem, 10% deles não farão ideia de como começar as redações coisa que eu treinei muito mais esse ano, portanto, terei que lutar de igual para igual com apenas 5% dos candidatos que não estudaram biologia loucamente como eu.


Ainda não sei o final desse romance, mas seu desfecho está bem próximo. Não me arrependerei de ter feito dois anos de cursinho, por que amadureci e conheci pessoas maravilhosas umas nem tanto que me ensinaram a amar e respeitar as diferenças além de terem paciência pra me explicar biologia, física e quimica. Um beijo pra galere do cursinho que eu amo com toda a força do meu coração!

Beijo pra Jéssyca que me trouxe mais alegria nesses 2 anos; beijo pra Raquel que me ensinou biologia e me empurrou filmes e livros que me distraíram quando eu tava surtando; beijo pra Luana, dona de toda a positividade da vida; beijo pro Sandro que cumprimenta as pessoas com a mão direita; beijo pro Fê que me mata de saudades, beijo pra Má e pro Matias que passaram e são os lindos donos de abraços maravilhosos; beijo pro Gi que nos surpreendeu nesse semestre e que vai me hospedar em SC quando eu for pra lá; beijo pra Carla que tá ralando pra passar e é minha concorrente direita; beijo pra Mari que é sempre tão bonitinha e educada; beijo pro Léo e pra Aline, que são meio turistas no cursinho, mas que moram no coração! Ok gente, o momento beijo pra Xuxa acabou!

Faltam alguns dias pra começarem as provas, pouco tempo pra reta final. Se nada der certo, é claro que eu tenho o plano B! Mas a minha atitude agora não é de desistência, é de confirmação. Vou deixar o meu melhor naquelas provas, pra poder entregar, ainda que muito imperfeitamente, o melhor em função Daquele que também se dedicou até o fim e deixou sua marca na história da humanidade.

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