domingo, 11 de janeiro de 2009

Sobraram!


E, ficaram tantas coisas sem serem ditas...
sobraram tantas horas imaginando, tantos dias apenas vivendo;
tantos passos apenas perdidos.
E, de tudo o que sobrou, ficou até uma alegria enorme, uma alegria inexplicável de ser, de viver.
Como pode, depois de tantos desmazelos essa alegria?
Sem explicações, assim acontecem as melhores coisas da vida,
o amor de Deus por mim é sem explicações,
o amor ao próximo deve ser sem explicações.
Simples e bonito, sem demora e com muita espera, é possível?
Esperar não é ruim não, é bom. Quando menos se espera se encontra a solução.
Entender tudo é que é complicado, complicado demais!
Ah, não! Não entenderei todas as coisas da vida,
chega de querer compreender as pessoas se nem eu me compreendo. Completamente infinito, eterno e diferente o que cada um pelo outro sente, rimas não me agradam em textos assim, parecem clichês, frases feitas.
Completamente diferente, completamente diferente.
Poderia ser tudo igual, mas cairíamos numa mesmice sem fim nem começo; todo fim seria igual, todo começo natural. Rimas!
Um tanto quanto poética, um tanto filosófica, um pouco e irremediavelmente diferente.
Uma problemática poética e filosófica, cheia de palavras difíceis, cheia de novos rumos, cheia desse 'feitiço precário e eterno que um indivíduo passa para outro indivíduo para os fins secretos da criação'. Memórias, memórias! Memórias Póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis. Memórias de que sempre a história termina com um rumo diferente do começo.
Quando se escreve não tem como manter o mesmo rumo do início até o final,
quando se escreve livremente,
o assunto do começo vai sendo moldado, discutido, modificado,
e chega-se a um final totalmente fora do rumo do começo.
Aí está o encantamento de quem escreve, nunca se sabe como será o final.

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