domingo, 26 de junho de 2011

Só mais uma sobre amor

Eu sei que pelo título pode-se criar falsas expectativas a respeito do que está por ser lido. Não, não direi sobre estar apaixonado, sobre o amor "eros" que ouvimos por todo canto.

Vim aqui na defesa do amor "fileo", amor de irmão, de amigo. Vim aqui pra defender o diálogo de mentes, as mentes abertas ao expor de opiniões, o verdadeiro amor fileo.

O contexto de mundo em que estamos inseridos não valoriza esse tipo de amor. Já está em nossa mente que o próximo não é nosso aliado, mas nosso inimigo, concorrente. Não respeitamos mais a opinião alheia, não damos espaço para argumentações contrárias às nossas e a coisa mais difícil do planeta Terra é encontrar quem esteja disposto a dialogar sem radicalizar ou sem querer te convencer de que você está errado.

Posso dizer com sinceridade, sem ser hipócrita, que eu AMO pessoas que pensam diferente de mim. AMO falar com pessoas que não gostam das mesmas coisas e amo mais ainda quando descubro alguns pontos em comum com algumas delas. Uniformidade traz falta de opção, falta de reflexão.

Não sou acostumada a espalhar minha opinião por aí, dizer o que eu penso aos quatro cantos do planeta, não sinto necessidade de me defender todo o tempo com minhas argumentações. É característica minha, já nasci com isso. Quando digo minha opinião, geralmente é algo que ninguém imaginaria que eu poderia defender ou não concordar. Prefiro expor o que eu penso em determinadas e específicas ocasiões, quando vejo que não está no tempo de falar, fico quieta.

Não quero me engrandecer ou me exaltar de maneira alguma. Sou um grande pedaço de nada, não tenho moral pra falar nada, a respeito de nada. Mas eu sei que esse amor fileo tão excluído pela sociedade, tão marginalizado e esquecido não é minha expectativa. Pelo menos não é a minha expectativa. Quem espera esse respeito mútuo, esse diálogo de opiniões e esse amor moldado pelos princípios do amar ao próximo como a meu próprio corpo, é  Deus. Negar, desfazer, esquecer ou desacreditar é relutância nossa, é querer achar que estamos certos o tempo todo, vivendo pra nós mesmos.

"A lágrima dos olhos de Deus / é ver os que dizem ser seus / vivendo pra si, morrendo pra si / mesmo assim achando-se / filhos de Deus".
A glória de Deus é compartilhar - Gerson Borges

Um comentário:

  1. muito bom, amiga! amo seus textos, você sabe disso. MUITAS saudades! beijos ;*

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