segunda-feira, 22 de julho de 2013

Sobre a vida, a morte e algumas considerações...

Tenho andado preocupada. Pra dizer bem a verdade, isso não é algo extraordinário, já que desde que comecei a me entender por gente me preocupo com alguma coisa. Mas dessa vez é grave, muito grave. Minhas preocupações são a respeito de dúvidas existenciais, muito mais complexas que quaisquer outras coisas.

Alguns meses atrás, estava tão obcecada e tão preocupada com os estudos como nunca estive na vida. Chegava a esquecer de todo o resto. E de nada adiantou: o mundo deu suas voltas, eu consegui algumas proezas e nem tudo na vida são flores. O ponto é que cheguei a dar tanta importância à faculdade que esqueci de viver. De tentar me compreender. De procurar descobrir qual é o meu papel no lugar onde me encontro agora. De tentar entender quais as missões que foram concedidas apenas a mim.

Um fato extremamente triste desencadeou essa reflexão. Não quero falar sobre isso. Mas pensei, chorei, sofri a dor do pai que perdeu sua filha de modo tão desconexo, ainda que eu não seja pai, nem consiga me imaginar filha em tal situação. Qual é o tamanho da importância dada a uma carreira por um jovem nos dias de hoje? Qual é a o tamanho da força emocional que possui? Quais são os apoios em que se escora para não sucumbir às opressões cruéis desse mundo maluco?

Dúvidas tão grandes e complexas que não dou conta de responder. Não consigo pensar no tamanho da dor e na importância dada a ela para que alguém seja capaz de tirar sua própria vida. Às vezes, a dor parece tão grande e tão insuportável que o suicídio surge como a mais suave solução a tanto sofrimento... Mas é tudo uma questão de prioridades. Se você preza mais a dor do que o resto, é claro que esta lhe parecerá insuportável com o passar do tempo. Assim como os estudos, o dinheiro, a melancolia, a solidão... Tudo aquilo que é superestimado tende a trazer prejuízo. Decidi que não ficarei louca. Também não ficarei parada. É tudo uma questão de equilíbrio. É claro que tentar permanecer forte sozinho durante muito tempo também é extremamente exaustivo. Parece insuportável, mas o que me surpreende todos os dias são as capacidades do ser humano.

As pessoas possuem muitas capacidades impressionantes: renovação, aprendizagem, perdão, apoio... e por aí vai. Cada um tem pelo menos uma capacidade especial e, assim que vou conhecendo pessoas começo a procurar por essa capacidade individual. Minha mãe tem o dom de ajudar, de servir pessoas e até mesmo animais quando estes não podem fazer sozinhos. Isso a prejudica muitas vezes, mas jamais conseguiu negar ajuda. Meu pai tem o dom da paciência. Se o vi perder a calma diante de alguma situação realmente não me lembro. Várias pessoas próximas a mim possuem dons, várias capacidades impressionantes que me fazem querer ser uma pessoa melhor e me fazem crer que a vida é mesmo surpreendente, por que é feita de pessoas e situações. Não quero falar-lhe das coisas ruins da humanidade hoje, deixem-me apenas refletir sobre as boas.

Quero encerrar com algumas perguntas que não respondi pra mim mesma, mas que sempre estarão em minha mente. Qual é a minha missão aqui? Eu fiz a diferença na vida de alguém? Quais são minhas prioridades aqui? Quanto vale uma vida para que seja desperdiçada?

Não pense que você não possui nenhuma capacidade, por que possui. Não pense que sua vida é em vão, por que não é. Ninguém é fruto do acaso e o seu destino não está determinado em função do sucesso ou do fracasso, apenas da sua capacidade de determinação e na renovação a cada queda. E como esse não é um blog de auto ajuda nem de um pseudo cristianismo caracterizado apenas por prosperidade e vitórias, não posso lhe garantir que tudo dará certo em sua vida. Não quero essa garantia pra mim, apenas quero aprender com cada queda e de vez em quando deixar de ser forte, pra me lembrar que os fracos é que são capazes de se renovar e se fortalecer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário