terça-feira, 9 de julho de 2013

Uma confissão tardia

Tão forte sobre absolutamente tudo, menos sobre você.
Meu único e maior medo.
Me apavora quando acordo, me aterroriza com pesadelos antes de dormir.
Medo do que será da sua vida,
medo de que você jamais encontre alguém que tente te enxergar como eu um dia tentei.
Medo de que a vida seja injusta com você,
medo de que suas atitudes tão distintas sejam confundidas pelas pessoas.
Medo de que eu não possa lhe cantar uma última música,
dar um último abraço e um último sorriso.

Sei que seguiremos separados,
sem que nunca estivéssemos efetivamente juntos.
Sei que todos esses textos ficarão velhos como os outros
e eu vou continuar me perguntando o que eu via em você.
Sei que te amarei de novo no momento em que colocar meus olhos nos seus,
porque um dia eu te entendi.
Numa fração de segundo eu te conheci.
Em intermináveis noites e infinitos pensamentos
eu ajuntei tantas lágrimas quanto eu jamais imaginei.
Sem culpa.
Sem o peso de lágrimas perdidas.
Mas eu não consigo mais,
me tornei frágil por tentar de novo tantas vezes.

Eu morro todas as vezes que tento estabelecer alguma comunicação
e você simplesmente... morre.
Morri todas as vezes que te vi sofrendo,
experimentei cada pedaço do seu sofrimento em silêncio,
porque essa era a única maneira.
Morri nos dias em que você falava dos maiores problemas como se não fossem nada,
por que eu sabia que eles estavam te matando.
Mas você é forte.
Tenho medo de todo esse tempo em que você se manteve forte.
Porque o tempo passa, rapaz,
as coisas mudam e o peso só cresce.

Não se preocupe comigo.
Entendi suas razões,
embora elas agora me pareçam uma canção velha, repetida
por gente que não sabe o que está dizendo.
Você sempre vai saber onde estou,
vai me encontrar de vez em quando,
mas a oportunidade do passado não volta.
A gente às vezes cria novas oportunidades,
mas infelizmente não posso fazer isso por você
por amor de mim.
O que cabia a mim foi feito, não espere nenhuma atitude,
fiz o que pude, mas essa ação não cabe mais a mim.
Tantas outras coisas eu poderia fazer...
Mereço amor e não posso recebê-lo de você,
não enquanto estiver perdido.

Estou cansada de toda essa história.
Morri, morri naquele sorriso nervoso,
naquele momento sem respostas,
naquele pensamento incoerente no curso da conversa.
Enfraqueci e estou morrendo.
Não tenho muito tempo.
Acho que toda a esperança e expectativa se foi,
mas o amor esqueceu de partir e estará em minha cerimônia,
velando por você.

Mas eu renascerei, você sabe.
Um dia serei fênix.
O fogo que outrora me destruíra, me deixara em cinzas
Só me fez bem, por que é nas cinzas que renasci.
Naquela hora em que nada mais restava de mim,
Naquela noite em que tudo se foi
No segundo em que eu tive a certeza de que nada mais aconteceria
Virei cinzas.
Na madrugada seguinte, uma luz grandiosa resplandeceu
Ninguém a viu, mas ela estava lá
Rasgando os céus com uma força incontrolável
Passando por entre as nuvens, determinada
Era o voo da libertação
Finalmente deixava as teorias e voava sentindo o vento
Fora renascida do fogo,

Mas o vento é que me fazia sonhar.

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