quarta-feira, 20 de julho de 2016

Quando a Graça basta

Tentei buscar em tantos motivos, canções, corações
filosofias, preceitos e ideais
a razão pra continuar.

Tentei expressar de tantas maneiras, vozes,
palavras, notas musicais e atitudes
a ausência de ser inteiro.

É intrínseca a minha necessidade de relacionar-se,
de amar,
de ser amada,
de se abrigar e ser abrigo.
É inevitável minha necessidade de preencher necessidades...

Nessa correria de cenários cinzas, 
a cada final de dia me encontro com um coração cansado.
A cabeça no travesseiro pesa como todo aquele concreto lá fora.

Num clamor da minha alma, entrego-me.
Não há forças suficientes pra enfrentar todos os problemas do mundo,
há uma empatia que me faz chorar,
há uma agonia desesperançosa,
há uma familiar sensação de inquietude
e um silêncio esmagador.

Quando toda a fraqueza que há em mim dói,
fica exposta como uma ferida que não cicatriza,
quando espinhos são colocados em minha carne, em meu coração, em minha alma,
é quando a Graça basta.

Quando a Graça basta, de boa vontade me glorio nas fraquezas,
por que quando estou fraco, encontro minha força fora de mim.
Minhas conquistas não são minhas,
a glória é dada Aquele que é digno eternamente.

Quando a Graça basta, a razão pra continuar não é vã,
a expressão do meu sentimento é genuína,
não apenas palavras, gestos ou vozes,
mas é dada com a maior sinceridade que pode haver em mim.

Quando a Graça basta, entendo que não há necessidades além do amor de Deus.
Há coragem suficiente para que fraquezas transformem-se em glória,
há espaço para que habite em mim o poder de Cristo.

Pobre de mim... quem seria eu sem a Tua Graça?
Solidão, necessidade, desespero.

Quando entendo e aceito que a Graça basta, nenhuma outra necessidade é importante.

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