domingo, 4 de dezembro de 2016

Sobre o amor: ele não é seletivo

Direto aos fatos: amor seletivo não é amor, é hipocrisia.

Amor seletivo é quando você decide quem quer amar por que lhe é conveniente. O verdadeiro amor não leva em consideração os benefícios encontrados pelo caminho. Não, você não tem o direito de amar só por que vai ganhar algo em troca.

Amor seletivo é quando você decide quem amar por trazer status. Por fazer bem pra sua imagem. Por te deixar bonitinho nas redes sociais.

Amor seletivo é quando a boca fala mas as atitudes estão vazias. Amor seletivo é uma desgraça, não é amor. A gente precisa parar de eufemismo nessa vida, precisamos começar a dar nome aos bois, do jeitinho que eles são.

Amor de verdade é tentativa diária, insistente, infinita. É preferir se partir para que o outro fique inteiro. É deixar o eu de lado, é querer sair dos holofotes o tempo todo. Amor verdadeiro é começar pelos defeitos, é suportar cada característica insuportável. É entender que todo mundo tem limitações e que tudo bem. É saber, do fundo do coração, que é impossível para nós, simples humanos, amar completamente, mas também é dar tudo de si para chegar o mais próximo disso.

O amor não se engana, ele sabe bem de todos os defeitos. O amor é tratar igualmente cada ser humano que está ao seu redor. É dar opiniões de maneira respeitosa. É entender que grosseria só machuca e que eu preciso sim levar os sentimentos do outro em consideração por mais que todo mundo berre o contrário. É ajudar o tempo todo. É não ter inveja do sucesso do outro mas celebrar e chorar de alegria com a conquista alheia. É buscar com todas as forças o interesse de outra pessoa. É gritar diante da injustiça. O amor, ele não é seletivo.

Amor de verdade é paciente o suficiente para calar-se durante o tempo que for preciso enquanto o mundo todo está berrando a plenos pulmões que amor é hipocrisia.

É o assunto de tantas canções, é o foco de tantas religiões, é o que traz sentido à vida. O amor anda duas milhas se obrigado a andar uma. É sensato o suficiente para explicar sobre sua complexidade. É persistente o suficiente para tentar diariamente, muitas vezes por dia, por toda uma vida. O amor é muito mais do que respeito, o amor é enxergar-se no outro e entendê-lo de maneira tão profunda como mais do que a si mesmo.

Não se engane: o amor não é seletivo. Isso é hipocrisia.

"O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece.
Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal;
Não folga com a injustiça, mas folga com a verdade;
Tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta."

1 Coríntios 13:4-7

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