Sempre soube que, de uma forma ou de outra, eu não seria normal.
Minha última sexta feira de 2012 será dedicada a lhes explicar isso. Posso
parecer, mas nunca serei normal e a prova disso é: decidi que em 2013
sinceridade reinará absoluta. Sem mentira pra mim mesma, sem atenuantes pros
outros. A afirmação "eu nunca minto" continuará sendo minha máxima.
Pra começo de conversa,
com todo o respeito, esse post é para mim. Agradeço a sua visita por aqui, caro
internauta. Valorizo sua presença e sua opinião, mas você talvez fique confuso
com o que lerá a seguir. Já aviso que muitas águas vão rolar, ou melhor, muitos
caracteres serão gastos nesse meu projeto verão sinceridade 2013. Começo por aqui,
contando o que descobri em 2012.
Descobri que família
é um negócio complicado (principalmente se você tem 35 tios e 500 primos), mas
que ao tentar compreendê-los, ouvir suas histórias, seus medos, arrependimentos e
vontades é possível encontrar a força que você não sabia que tinha, mas que agora
sabe de onde vem. Após uma adolescência meio rebelde, aprendi a valorizar minha
família, que merece muito o meu respeito e admiração por todo caminho trilhado
até agora.
Descobri em mim
uma força que eu jamais soube que possuía, uma força que quase sumiu durante os
dias mais escuros, mas que estava ali, me mantendo de pé. Ninguém sabe e nem
precisa saber o que eu passei durante esse ano para que essa força se
instaurasse. Eu apenas sei que ela existe.
Descobri que não
sou boa com palavras em momentos de dificuldades. Não sou boa com discursos consoladores, não
sou boa em situações de luto, término de relacionamento, problemões... Descobri
que só sei oferecer meu ouvido, meu ombro, meu abraço, meu tempo, minha
preocupação (escondida) e meu silêncio. Talvez eu só seja boa com palavras
quando estou escrevendo daquilo que realmente sei. Mas só sei que nada
sei...
Descobri em mim a capacidade de não conseguir gostar de algumas
pessoas. Simplesmente não consegui. Algumas por que, desde o primeiro momento,
desde o segundo que eu conheci, sabia que magoariam pessoas que eu amo. Magoariam
feio. Eu sabia. Por isso não conseguia amar, por que sabia que eu teria que
conviver com corações quebrados depois. Algumas eu simplesmente aprendi a
conviver, tentando ser amigável quando possível e possivelmente grossa quando
estava com a paciência curta. Descobri que muitas pessoas realmente só irão
procurar saber se você ainda está vivo para te pedirem favores, mas nunca para
te dizer que simplesmente sentem saudade. Com algumas raras exceções, quem
sempre corre atrás de manter amizades, ainda que virtualmente, sou eu. Parece
que as pessoas simplesmente não ligam. Ou talvez eu seja muito chata mesmo.
Descobri que minha
fúria, chamada TPM, tinha solução. E que eu poderia ter tido uma vida bem menos
miserável se tivesse descoberto antes. Tive um 2012 sem TPM e sem cólicas: a
maior bênção desse ano.
Descobri uma coisa na qual eu era ou ainda sou muito ruim:
dirigir. Queria pedir desculpas ao Luís por tudo o que eu o fiz passar.
Judiação. Mas, no fim das contas, eu consegui. Depois de muitos chiliques meus
em casa, depois de muito preparo psicológico, depois de um suco de maracujá
antes da prova prática. Provisória na mão e pronta pra dominar o mundo, só que
não.
Descobri uma coisa na qual eu sou ou serei um dia quem sabe boa:
cozinhar. Apesar de alguns desastres aqui e ali, eu gostei da brincadeira.
Assisti Julia & Julie esses dias e decidi que quero mais esse hobby pra
mim. Depois de alguns programas do Gordon na TV, você acha que é fácil. Quero
ver se na prática é tudo lindo assim mesmo. 2013 que me aguarde, fogões e
panelas me esperam.
Descobri uma coisa da qual jamais conseguirei ficar sem, nenhum
dia sequer: cantar. Cantar liberta minha alma de todas as preocupações bobas.
Quando estou feliz, canto; quando a tristeza é grande, canto mais alto. Quando
quero me animar, mesmo estando triste, canto Maroon 5. Quando quero cantar com
a alma, canto Palavrantiga. Quando estou moderninha, canto Florence. Quando
estou mulherzinha, canto Sara Bareilles. Quando a nostalgia me arrasta, canto
Coldplay. Quando tenho o nervosismo e a vontade de fazer cabeças rolarem, canto
Pitty. Quando a injustiça do mundo me faz impotente, canto Resgate. Entre
outros tantos preferidos, eu canto. 365 dias por ano. Quando não, me falta um
pedaço. Não sei se bem ou mal, mas canto. E sempre cantarei.
Descobri que será quase impossível usar todos os meus esmaltes e
sair de batom vermelho sem ocasião especial. Descobri que é possível usar
protetor solar todos os dias e agradeço à moça da farmácia por me indicar o
Vichy. Descobri que sempre serei complexada com minhas sobrancelhas, minhas
unhas e a depilação, por menos tempo disponível que eu tenha. Descobri que
reinventar com coisas velhas é mais divertido que fazer compras, mas que tenho
que parar de comprar coisas que eu já tenho demais.
Descobri o que Salomão quis dizer com “amigo mais chegado que
irmão”. Aqueles amigos que sempre terão
um abraço, um ouvido ou um “cale a boca agora, você não sabe o que está falando”.
Aqueles que eu poderia sair correndo pra acudir, aqueles que sempre terão lugar
cativo no meu coração mesmo que anos passem e que distâncias aumentem serão
como família, às vezes até mais amados.
Descobri que não é possível (para mim) não sofrer com os problemas
dos outros. Sempre me preocupei e sempre me preocuparei. Não importa o tamanho
dos problemas, o quanto as pessoas sejam relapsas, o quanto tudo pese (e pesa
muito) em meus ombros: eu sempre me preocuparei.
Descobri que existem pessoas maravilhosas sim, daquelas que você adoraria ter conhecido antes por que fariam da sua vida algo mais divertido e suave do que foi. Pessoas que te oferecem abraços, te despreocupam e simplesmente te aceitam, por mais chata e reclamona que você seja. Amizades assim deixam saudades, principalmente quando você sabe que os verá frenquentemente apenas por um tempo, com data de validade definida para a tal frequência.
Descobri que existem pessoas maravilhosas sim, daquelas que você adoraria ter conhecido antes por que fariam da sua vida algo mais divertido e suave do que foi. Pessoas que te oferecem abraços, te despreocupam e simplesmente te aceitam, por mais chata e reclamona que você seja. Amizades assim deixam saudades, principalmente quando você sabe que os verá frenquentemente apenas por um tempo, com data de validade definida para a tal frequência.
Descobri que é
inevitável amar quem não se parece com você, em todos os sentidos de amor que
se possa imaginar. A cada dia acredito mais na física e no grande clichê de que
"os opostos se atraem". Descobri que amar é inevitável. Por mais que
você tente colocar barreiras, obstáculos e defeitos, você sabe quando ama. Por
mais que negue, por ser mais fácil negar qualquer sentimento a sentir de fato,
a própria negação afirma a existência do sentimento. Descobri um jeito esquisito
de amar, começando pelos defeitos, aprendendo a enxergar além da aparência. Fazendo
o sentimento crescer, sem precisar de muito esforço, ao longo do tempo.
Descobri que sou apaixonada por gente espontânea. Infelizmente, essa descoberta
foi só minha, mas de um jeito ou de outro ganhei minha dignidade, ainda que porcamente. Talvez isso tudo seja sinceridade demais... E de algum jeito foi amor, então guardo a experiência e o
sentimento.
Descobri que chorar também é inevitável quando a alma pesa uma
tonelada. Mil quilos de pura ansiedade e preocupação. Quando parei de lutar e
simplesmente chorei, me livrei de boa parte deles.
Descobri que meus planos podem não dar certo sempre, sejam os
grandes (que eu gosto de chamar de sonhos) ou os pequenos (que são apenas
planejamentos mesmo), mas que em meio à bagunça é possível encontrar coisas
esquecidas e em meio ao caos existe ordem. Além do mais, meus planos e sonhos
sempre estarão nas mãos Daquele que um dia me deu a vida, pra planejar e sonhar
comigo.
Esse não é um post de auto ajuda, nem serve para satisfazer a sua
curiosidade. Não é um texto pra te deixar feliz ou triste, é apenas uma
autoanálise, daquelas bem cabeludas, que entra no meu plano de sinceridade com
o mundo. E que venha 2013, por que eu tenho muitas coisas pra tirar do meu baú.
Algumas são lixo, outras são lembranças... e por que não algum artigo luxuoso que
possa ser considerado vintage?!
Nenhum comentário:
Postar um comentário