domingo, 9 de dezembro de 2012

Entre a cruz e a espada

No caminho entre cruzes e espadas, o mais importante é que quem escolhe sou eu.

Há épocas em que é necessário aceitar o sofrimento. Escolhe-se a cruz. Não se trata de fraqueza ou resignação. É um período de crescimento, um obstáculo, o fogo que transformará o milho em pipoca. "Mesmo no riso o coração pode sofrer, e a alegria pode terminar em tristeza" Pv. 14.13.

Em alguns casos não é possível seguir carregando sua cruz, não por falta de força ou coragem, mas por já ter suportado sofrimento demais. Algumas as pessoas no caminho parecem estar ali apenas para dizer o quanto você é fraco, mas admitir tamanho cansaço é um ato nobre, ao contrário do que pensam otimistas extremados. Admitir que as coisas não vão bem parece errado, enquanto que fingir felicidade, mesmo quando sua cruz já te faz arquejar, parece o mais natural dos atos.

E se eu quiser ajudar alguém a carregar sua cruz? E se eu precisar de ajuda também? Quantos não serão os olhares sobre mim quando eu estiver prestes a cair? Quantos estarão ao meu lado para não deixar que isso aconteça? Não me culpo por carregar cruzes alheias (ainda que apenas no coração, na maioria dos casos), inclusive acho que isso é o que falta. Compaixão não é pena, compaixão é colocar-se no lugar do outro e sofrer com ele. Não significa resolver seus problemas, mas certificar-se de que não estará sozinho enquanto atravessá-los. A culpa que me pesa não é a de não amar pessoas. Eu as amo, do meu jeito torto, mas amo. A culpa é por abandonar a minha cruz tantas vezes e andar a esmo, sem encontrar o caminho da cruz ou o da espada.

Interessante mesmo é escolher a espada ao invés da cruz, quando isso é possível. Impressionante é conseguir conquistar um alvo almejado. Quando o crescimento gerado pelas fases de cruz mostra seu poder. Quando não importa o tamanho do exército inimigo, por que você possui uma espada e é habilidoso com ela. Esqueceu-se o valor da luta, não se sabe mais quão grande e perigosa pode ser a guerra. Não são as vitórias ou as derrotas que a fazem importante: são as batalhas.

A luta não se vence sozinha.
Habilidades não aparecem da noite para o dia.
Requerer tempo em nossos dias tão apressados é pedir demais.
A espada precisa de tanta força e determinação quanto a cruz.

Não se engane: não há solução fácil. Não quero que os objetivos da minha vida sejam ligados a algo passageiro e eu sei que apenas uma coisa durará eternamente. Penso seriamente em tomar providências loucas num futuro, quando serei mais dona do meu próprio nariz (o que nunca será totalmente verdade, por que meu nariz de italiana já tem um Dono). Quero desembainhar a espada, seguir para a guerra sem me importar com opiniões alheias. Ideias que apenas poderão ser realizadas quando eu já tiver passado pela cruz. E então, com um sorriso no rosto, continuar meu treinamento com a espada.

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