domingo, 13 de janeiro de 2013

Entre princesas e guerreiras



As princesas que me perdoem, mas a grande verdade é que eu nunca quis um castelo. Vestidos rosa, tiaras, gente te paparicando, um homem perfeito em um cavalo branco com uma capa vermelha... chega a me dar arrepios. Não, eu não gosto de rosa. Também não gosto de gente "perfeita".

Princesas não sabem o valor das coisas, não imaginam como é o trabalho, como a vida não é apenas um mundo cor de rosa e cheio de flores. Vivem trancadas em seus castelos, servindo seus maridos, alienadas. São lindas, cheias de encantos, com voz de mais puro soprano. São cheias de si e transbordam mesmice. Até sabem seduzir seus príncipes, mas o que o felizes para sempre não nos conta é que princesinhas do século XXI raramente sabem perdoar e pedir perdão. Não sabem que essa é a base de qualquer relacionamento, tão importante quanto o tal amor, banalizado.
Princesas não sabem resolver conflitos: elas simplesmente só choram. Não encontram argumento plausível, não sabem o que plausível significa. Princesas vivem abastadamente, sem se preocupar com os rombos financeiros que o cartão pode causar no fim do mês. Não aceitam um não como resposta. Princesas acham que tem auto estima e amor próprio, mas teatrinhos e escândalos provam o contrário. Não dão valor a nada que possuem, mas geralmente são apegadas às coisas que o dinheiro pode comprar. Eu não sei a razão, mas tenho certeza de que homens apaixonam-se facilmente por essas princesas...

Renunciei o castelo e os vestidos, escolhi o campo de batalha. Arcos, lanças, livros, ideais, batalhas e alguém que se nivele intelectualmente. Pra mim é tudo muito mais interessante, encantador. Misterioso. Sempre gostei das cenas de batalha e de pessoas com coragem e inteligência suficiente para expor suas opiniões e ideias.
Guerreiras lutam pelo seu futuro, trabalham para alcançar objetivos e sonhos, principalmente quando estes não estão relacionados com dinheiro. Sabem muito bem que o mundo se tornou muito mais cinza nas últimas décadas. Guerreiras conhecem o terreno onde pisam, viajam e espalham suas ideias; adorariam ter um companheiro para dividir a batalha e os espólios de guerra, mas sabem que essa ausência não causará o fim do mundo. São lindas, fortes e determinadas. Sabem seduzir e o fazem com maestria quando querem. Vencem por persuasão ou por teimosia. Preocupam-se com a segurança e bem estar dos outros antes do seu. Nunca abandonam quem lhes foi leal, sabem reconhecer pessoas que possuem caráter. Sabem quem são e o que buscam, mas não são feitas de ferro. Têm o coração de carne, mas disciplinado, que já aprendeu qual é o caminho que deve ser seguido através do desenvolvimento de seu lado investigativo. Uma guerreira jamais olha pra trás, uma vez tomada a decisão, apenas a vontade divina a desviará de seu curso.

Quem vive sendo princesa por muito tempo se esquece de que existem milhares de coisas pra serem mudadas por suas mãos. Que existe um mundo que não espera fora do castelo. Que a ação não é obrigação dos outros, mas sua também. Abre os olhos princesa, tem gente precisando de você! Saia desse mundinho cor de rosa e vem pro campo de batalha. A vitória nem sempre é certa, mas é na batalha que a sua força vai se revelar.

As princesas convictas que me perdoem, mas eu estou aqui é pra criar polêmica do meu jeito errado, por que só assim é que as coisas talvez mudem.

Um comentário:

  1. Adorei ex-princesa! Que 2013 tenha muitas batalhas para serem vencidas com primor! beijos!
    Paula Ducas
    (fiquei com preguiça de criar conta)

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