quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Sobre perder-se

Quando me via em frente ao nada, flutuando sobre o vazio
Entendi que não importa quanto tempo ainda resta,
quantos dias, horas, sonhos, provas e rótulos ainda me serão atribuídos:
Uma vez que esse grande vazio é contemplado, nada mais interessa.

Minha alma gritava por algo maior do que uma vida medíocre em um mundo distorcido,
não podia crer que seria o fim quando o corpo parasse de funcionar.
Antes mesmo que Lewis me dissesse eu já acreditava que SOU uma alma,
pouco me importava o corpo: precisava que os limites do que enxergo se expandissem.

Cada um tem um momento e uma definição do vazio.
O meu vazio foi definido em ser dona de mim.
Em crer que era minha a tarefa de estar no controle do que me foi dado,
que era minha responsabilidade aproveitar os dias e o tempo limitado aqui.
Embora muita gente acredite que isso seja magnífico, eu era aterrorizada todos os dias com essa possibilidade.
Ainda tento, aos tropeções, estar no controle.
Tudo o que recebo por isso são toneladas de ansiedade e preocupações.

A questão é que, quando decidi me perder,
quando descobri que o futuro não pertencia a mim,
quando percebi que uma Verdade maior rege todo o Universo,
abri mão de mim, abri mão do controle e saltei em direção ao abismo.

Todas as vezes em que busco dentro de mim algo bom, não encontro.
Foi preciso perder tudo de mim para encontrar o Amor maior que existe desde um tempo que não cabe em minha mente.
Foi preciso entender e aceitar que minha mente é limitada,
que imprevistos acontecem, mas também que há um propósito maior em ser viva do que apenas respirar sobre a Terra.

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