quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Sobre 2014: uma odisseia na montanha russa da vida

Tão certo como todo final de ano tem especial do Roberto Carlos, achei que entregar a mim mesma uma retrospectiva de cada ano é algo que deve ser feito na mesma frequência. E 2014 foi um ano surpreendente em tantos aspectos que eu não poderia deixar passar. O resumo do ano pode ser uma simples frase: a vida é uma caixinha de surpresas. Quer ler TUDO o que aprendi em 2014? Segue comigo, mas respira fundo por que a viagem é longa...

Primeiro quero dizer que 2014 foi repleto de altos e baixos, literalmente. Foi o ano de fotos inesquecíveis, recomeços memoráveis e nível de estresse nas alturas!

Em fevereiro me apaixonei de novo pela praia, pelo mar e tudo mais... tinha esquecido de como é gostoso andar com os pés na areia e sem tantas preocupações na cabeça. Toda vez que viajo pra qualquer lugar que seja tenho aprendido a admirar quão grande e magnífico é o Criador de todas as coisas. Como não se sentir extremamente pequeno e amado diante da imensidão de água salgada? Como não se sentir criança de novo voltando pra casa com o joelho ralado?

No acampamento de Carnaval tive algumas surpresas e quatro dias agradáveis pra ajudar a colocar a cabeça no lugar de novo. O acampamento desse ano provou que não interessa o lugar, mas quem está com você. Lembro-me de “Into the Wild”, quando descreve que “a felicidade só é real quando é compartilhada”. Não no Facebook, não no Instagram, mas na vida real. Com pessoas de verdade. Fui Branca de Neve por uma noite, dei muitas risadas, conheci gente nova e muito amada e mudei muitas perspectivas.

Receber meus bixos e bixetes foi algo memorável também. Lembro-me exatamente de como me sentia quando fora minha vez. Era o começo de um sonho que jamais imaginava o quão trabalhoso seria e eles estavam se sentindo da mesma maneira. Todos aqueles jovens entrando no louco mundo de uma Universidade Federal, muitos longe de casa e do conforto da comidinha da mamãe. Muitos cheios de medos e inseguranças, outros cheios de expectativas, mas todos de alguma forma se sentindo realizados por começar uma nova etapa. A alegria dos bixos não dura muito, é verdade. Mas é uma alegria sincera. Legítima. É doloroso vê-la se desfazer quando chegam as primeiras notas ruins e os primeiros professores que não merecem esse título...

Ainda sobre faculdade, descobri que algumas pessoas merecem uma segunda chance e outras não mereciam nem mesmo a primeira. Algumas poucas pessoas foram sempre muito solícitas em ajudar durante os períodos de desespero, entrega de trabalhos e provas. Outras pessoas foram carregadas nas costas durante os trabalhos em grupo. Mas não me cabe o apontar de dedos. Não é meu dever julgar se ocorreu alguma injustiça. Deus sabe de todas as coisas e Ele bem sabe como recompensar cada um segundo a Sua justiça. O que eu aprendi com isso? A nunca mais tentar trabalhar em equipe com algumas pessoas. Para os solícitos um beijo, um abraço e todas as melhores coisas desse mundo. Obrigada por aguentarem uma maluca surtada perguntando coisas sem parar pelo WhatsApp. Amanda, essa é principalmente pra você! Obrigada de novo, pessoa mais linda que qualquer top model!

Por falar em pessoas lindas (minha teoria sobre beleza segue logo após), conheci várias delas melhor em 2014. Gente que se desdobra pra fazer festa surpresa, que ama ajudar o próximo (alô Natais!), que me fazem acreditar que nesse mundo ainda existe gente de coração bom. Fiquei muito feliz por estreitar alguns laços de amizade que não existiam ano passado. Sempre gosto de conhecer pessoas novas e diferentes de mim ou ser surpreendida com pessoas extremamente parecidas comigo em algum aspecto inusitado.

Continuo vivendo sob minha teoria sobre a beleza. Ela consiste em acreditar que quanto mais você conhece uma pessoa, mais ela parece bonita (ou feia) na sua avaliação. Muitas das pessoas que conheci melhor esse ano estão parecendo mais bonitas pra mim agora. A beleza começa quando as palavras e ações falam mais alto que qualquer imperfeição da aparência. E como é gostoso encontrar esse tipo de beleza...

Novamente vem a lição sobre paciência, ensinada todos os dias, um pouco por vez. Primeiro com todos os problemas. Eles não foram fáceis nem simples. Ver quem você ama sofrendo é algo terrível e ninguém está preparado pra isso. Em 2014 a vida me mostrou que as coisas acontecem rapidamente. Vidas são geradas e destroçadas com a mesma velocidade e intensidade. Relacionamentos são construídos e destruídos ao mesmo tempo ao seu redor. O mundo gira muito rápido pra quem só observa e muito devagar pra todos os que esperam. Depois de todos os problemas, aprendi a ter paciência comigo. Nunca estarei satisfeita com o que sou e isso é bom. Preciso melhorar sempre, mas também é necessário que eu aceite minhas limitações e saiba conviver com cada uma delas.

Meu coraçãozinho continua livre por enquanto. No início do ano estava tentando me livrar, com minha maneira trouxa de agir, de um passado meio estranho e desengonçado que eu jurava que andaria com as próprias pernas. Logo depois disso, resolvi tentar ser sociável, amigável, adorável e todos os outros adjetivos terminados em L que você possa imaginar. Só fiz papel de trouxa uma vez mais. Desisti e estava crente de que morrer solteira era sim a opção mais viável pra mim, um serzinho estranho que habita esse mundo. Não é um destino tão cruel assim. Aprendi a me virar sozinha e estou me dando bem. No geral. Mas quem me conhece sabe que eu tenho facilidade em ceder. Quando o assunto envolve amigas casamenteiras então, cedo num instante. Preciso dizer que me surpreendi com todas as semelhanças, com tamanha doçura e leveza. Novamente, tentei fazer da paciência a estrela da história e continuo tentando. É inegável que muitos dos meus dias terríveis foram salvos por uma conversa agradável. Muitas risadas fora de contexto foram dadas. E uma coisinha quase esquecida pelo meu coração começou a brilhar de novo. Uma coisinha extremamente importante chamada esperança. Encontrei-me na situação de pagar a língua. Minha tia e sua bendita maldição do sotaque. Alô tia, a senhora tinha razão. E a pergunta que fica de toda essa história que conta tudo sem contar nada é: por que não?!

A melhor decisão tomada em 2014 foi, sem dúvida, dividir um apartamento em São Carlos. Eu achava que morar sozinha era a melhor opção, mas os meus últimos dias sozinha no apartamento mudaram essa teoria. Ter um lugar pra considerar seu fora de casa é simplesmente sensacional. Não faço ideia de onde foi parar a menina que voltou pra casa chorando depois da primeira semana de faculdade ano passado. Hoje ela vai ao banco, ao supermercado, à farmácia, à rodoviária e à faculdade reclamando sempre que pode, mas se sentindo o máximo por estar dando conta de tudo. A menina que antes carregava as malas cheias de roupa todo fim de semana encontrou uma companheira inseparável, amada e digna de apego cujo nome é Máquina de Lavar Roupas. É certo que gosto mais da minha Brastemp do que de muitas pessoas. Ela é muito mais confiável pra mim que algumas delas, mas a companhia das pessoas também é muito bem vinda. Nosso pequeno apê esteve cheio de pessoas várias vezes durante o ano e cheio de conversas sérias e engraçadas com a Carol. Teve Post It Poker (acho que devemos patentear isso), lasanha, balada de FT4, brigadeiro com velinha e parabéns no portão, inveja do chão com mais cabelo do que eu e bolo de cenoura com cobertura de brigadeiro com azeite. Vida de universitário não é nada fácil. Mas é uma delícia quando a gente tem um cantinho pra poder voltar depois de um dia cheio de sermão de professores sem noção.

Vamos falar das doenças? Olha, 2014 não foi nada fácil em termos de saúde. Passei tão mal durante minha viagem pra praia no começo do ano que achei que fosse morrer. Sério. De verdade. Já estava quase vendo a luz no fim do túnel, mas graças a Deus a enfermeira achou minha veia e eu voltei pra casa viva. Os enfermeiros se superaram esse ano em relação às minhas veias: foram bem sucedidos sempre. Acho que foi em janeiro que fui tirar sangue para os exames que a médica pediu e foram oito tubos. Sim, oito. No meio do ano achei que fosse morrer de tanto tossir, mas era só uma alergia muito chata. Foram dias... inusitados aqueles. Pra fechar com chave de ouro, peguei dengue. Sim. Dengue. Se você ainda não teve dengue nunca zombe de quem teve. Eu sempre achei que era algo tranquilo, tipo uma gripe, que você fica molenga e desanimado e com um pouco de suco de laranja e carinho tudo se resolve mas paguei minha língua, mais uma vez. Essa foi a segunda vez no ano na qual achei que iria morrer. É tão terrível que você não come, não levanta do lugar, não bebe água, não tem vontade de se mexer. Graças ao bom Deus minha miséria durou uns 10 dias, no máximo. Depois de 3 exames de sangue e 5 litros de Gatorade estou aqui, vivinha da Silva e mais saudável do que nunca. Depois da dengue só a TPM (sim, ela permanece, olha que linda! Cadê a placa de sarcasmo?) e as dores de cabeça constantes me perturbaram.

Os maus hábitos adquiridos em 2013 continuam de alguma forma. A alimentação não está legal, a correria continua acabando com meu estômago e minha mente. Estou bem certa que, se eu não aprender a controlar tudo isso, até o fim da graduação já terei adquirido gastrite ou algo pior. Continuo no sedentarismo. É muita coisa que eu não me orgulho. É muito defeito que ainda precisa ser corrigido...

Algumas coisas bobas e sinceras continuam a roubar meu coração e meu sorriso. Um arco íris na janela, um abraço, um sonho bom. Minha participação mais presente no Natal Solidário me fez lembrar como é bom ser criança e por que eu escolhi fazer engenharia civil. A visita técnica que deu o start pras férias foi sensacional. Estar em um heliporto aumentou minha vontade de voar, de conhecer um mundo que meus olhos só veem através de telas. A visita pra Viracopos também me fez pensar em qual área seguir, no que desejo realizar... Passar em Cálculo 1 (sim, o 1 ainda) foi fenomenal. Ainda mais com o professor sensacional que tive. Passar em FT4 e Mecânica dos Solos também, considerando que pude enxergar no professor de FT4 uma pessoa (muito doida e estranhamente parecida comigo) que entende o desespero dos alunos e é, por consequência e por se importar, um pouco psicólogo também. Nada se compara à alegria de estar reunida com os amigos no domingo a noite e gritar “PASSEI!” do nada. E todos comemorarem. Comer ostra e peixe cru (como diria mamãe) também foi marcante, mas melhores foram as risadas... Saber que as pessoas ainda te amarão mesmo que muitos anos passem e muitas coisas aconteçam também é maravilhoso. Mas como esquecer seu vizinho alemão tirando com a sua cara enquanto ainda era intervalo do 7 a 1?!

De 2014 ficaram muito mais coisas além das matérias que terei de fazer de novo. Família é a certeza de que sempre vai ter um abrigo pra você. Amigos são a certeza de que a graça da vida são os relacionamentos. E Douglas Adams que me perdoe, mas Deus é a resposta para as questões mais importantes da vida, do Universo e tudo mais. E isso aqui já está grande demais. Mas ainda tem post sobre o Natal esse ano. Será que vocês ainda vão me aguentar?!

Um comentário:

  1. Eu com certeza vou aguentar :P amos seus posts Bru <3 adorei mesmo o texto! haha

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