sábado, 9 de maio de 2015

Sobre mães

Ainda não consigo entender nem a metade desse universo inexplicável que existe dentro do coração de uma mulher depois que ela se torna mãe. Por mais que eu tente imaginar, projetar e investigar, acabo sempre muito longe das bordas do que ser mãe possa vir significar.

É engraçado como algumas mulheres parecem ter nascido com esse desejo e outras não. Para muitas continua sendo o maior sonho a ser realizado durante a vida. Se eu sou uma delas? Talvez sim. O único problema é que esse sonho sempre foi condicional pra mim: tento construir o melhor cenário quando imagino a possibilidade de gerar uma criança. Nesse cenário o essencial sempre foi um núcleo familiar bem estabelecido, talvez por que, mesmo antes de gerar uma nova criaturinha, eu já a ame o suficiente pra desejar o melhor pra ela. Assim funciona na minha mente e sei que muitas realidades estão bem longe disso, mas nada impede que uma mãe seja formidável, mesmo em circunstâncias imperfeitas.

É certo que, quando se torna mãe, a mulher adquire habilidades incríveis de causar inveja em muitos super heróis. Ela consegue empacotar qualquer coisa MESMO em uma mala ou bolsa de tamanho razoável. Ela cozinha falando ao telefone e cuidando pra criança não chegar perto do fogo. Ela digita sua dissertação de mestrado enquanto sua filha assiste a um filme de princesas da Disney. Ela sabe, de algum modo extraordinário e sobrenatural, que vai esfriar ou chover no final do dia. Ela te deixa levantar sozinha depois de cair quando é criança pra que você aprenda a ser forte desde pequenininho. Ela prepara as comidas mais gostosas do mundo inteiro, aquelas que a gente vai lembrar pro resto da vida. Ela sabe onde fica cada coisa numa casa com um milhão de armários. Ela sabe curar qualquer doença comum, seja com uma receita caseira, como um chá ou um xarope, ou com aqueles remédios que tem um gosto horrível. Ah, mas quando a doença é capaz de assustá-la, a habilidade de sair voando com o filho pro hospital e virar uma louca na entrada do pronto socorro é utilizada. Meu pai que me desculpe, mas de todas as vezes que fui no hospital quando estava doente, era com a minha mãe que eu me sentia menos pior: até preencher o cadastro ela preenchia (quando eu não era mais uma menininha!).

Acima de todas essas habilidades fantásticas, uma mãe tem fé. Acredita e celebra a cada conquista do filho, seja ela o primeiro passo ou a entrada na universidade. Ela se faz de durona quando os filhos criam asas, mas queria mesmo era poder ficar com eles sob sua proteção pra sempre. Ela tem medo, não por ela própria, mas pelos filhos. Dá a vida, dá o tempo, deu seu corpo por amor daquela criaturinha que nasceu com cara de joelho. A cara de joelho mais linda de todo o universo. 

Em seu corpo ficam as cicatrizes da gravidez, ficam as horas de sono a menos, ficam os braços fortes pra segurar a criança que tinha medo de escuro. Em sua alma fica um amor que não dá pra contar, não cabe em palavras. Ah, como vocês são fortes, mães... Admiro tanto toda essa sua força em frente às dificuldades. Diante dos filhos que não reconhecem todo o seu esforço. Diante da rebeldia da adolescência... Como vocês suportam esses pestinhas, mães?! Como você pode me amar conhecendo cada defeito meu?!

Já disse alguma vez que dei muito mais valor a minha mãe depois que fui morar fora de casa. É inacreditável a quantidade de tarefas que ela fazia e eu nunca me dei conta. É inacreditável o quanto essa mulher sofreu e ainda sofre! comigo por sermos tão diferentes mas teimosas na mesma medida. É inacreditável o tamanho da sua fé perante as adversidades, da sua persistência perante os meus erros, do seu incansável e incessante cuidado comigo. Obrigada por me ensinar a ser independente, por me mostrar que a gente aprende com a prática e por nunca me desencorajar em nenhuma decisão. Obrigada por entender quando perco algumas batalhas e por estar sempre atenta a todas elas. Obrigada por exercer com propriedade essa tarefa que Deus te entregou quando eu nasci.

Fica aqui minha pequena homenagem pra vocês, mulheres-mães! Vocês são sensacionais!

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