segunda-feira, 27 de julho de 2015

Sobre disciplina, desapego e vaidade

De novo essa doida falando sobre vaidade? Pois é, tenho me incomodado um pouco a respeito disso. Hoje é papo de menininha, se você é homem, caia fora, é uma cilada Bino!

Levemos em consideração que sou uma cidadã de 22 anos de idade e não os aparento, desculpa sociedade, branquela nível vampiro, com três fios de cabelo fino e uma pele temperamental, que não sabe se brilha ou se resseca. Falando muito sério, muitas coisas pareceram mudar no meu corpo depois que eu fiz 18 anos. Parece que a renovação diminuiu de ritmo, começando por uma queda bizarra de cabelo. Foi aí que eu percebi que estava na hora de analisar algumas coisas que eu estava deixando de fazer pra mim no futuro, tanto física quanto psicologicamente. Comecei aos 18 a ser meio maluca por todas as novidades desse mundo dos cosméticos, tratamentos e maquiagens, mas ultimamente tenho me questionado muitíssimas coisas.

Estou em um tratamento progressivo de queda de cabelo por que sério, mais um pouco e eu poderia começar a usar perucas. Raramente esqueço de passar protetor solar de manhã tudo bem que a dermatologista mandou repassar a cada 4hs, mas né e sou perigosamente sedentária. Cobro-me diariamente por não conseguir de jeito nenhum regrar minha alimentação, meu sono e minhas atividades físicas suas o quê?. Mas o que eu queria mesmo dizer é que estou tentando ser disciplinada. Com algumas coisas é bem fácil, como os remédios e o protetor solar, com outras é uma luta, muitas vezes uma guerra perdida.

Nessa semana me irritei profundamente ao olhar para minha caixa de esmaltes. Minha mãe tinha razão: nem que eu tivesse 50 mãos e pés não seria capaz de usar todos aqueles vidrinhos. Foi dinheiro jogado fora. Estão velhos, perigosos, fedidos e não duram mais, assim como a minha autoestima estava na época que eu comecei a comprá-los como se não houvesse amanhã. Aquela caixa agora é um símbolo de algo que eu não quero mais me lembrar. Agora eu sei que a minha beleza não pode ser contida num vidrinho. Não há cosmético no mundo que faça uma mulher parecer mais interessante.

Percebi aos poucos que vaidade vai embora no ralo. Uma pele bonita, um cabelo bem arrumado e uma roupa cara podem disfarçar a pessoa que os usa, mas jamais garantirão uma personalidade agradável. Cosméticos não transferem paixão. Não há antirrugas no mundo que pague as linhas de expressão por dias vividos plenamente. Não há spray que faça meu cabelo permanecer no lugar: prefiro ser meio bagunça ambulante.

Todas essas coisas não querem dizer que eu não curta esse universo doido das mulheres. Se eu acho que é tudo frescura? Não, não acho. Acredito que pode ser uma muleta muito boa pra quem tem a auto estima meio fraca das pernas. Vaidade só se torna um problema quando é exagerada, como tudo na vida. Quando ela deixa de ser uma muleta e se transforma na perna problemas aparecerão.

Eu ainda tenho minha caixa de esmaltes e ainda me sinto meio decepcionada ao olhar pra eles. Ainda os compro, ocasionalmente. Tenho consciência de que nenhum deles vai me transformar numa pessoa melhor ou pior, mas gosto deles. Saio numa boa sem maquiagem pra qualquer lugar, com minha cara de assustar crianças na rua, sem neuras, apenas liberdade. Finalmente estou confortável em minha própria pele e o melhor de tudo: mantendo minha personalidade.

Fica meu convite pra que você se aventure nessa jornada de desapego, disciplina e liberdade. Deixa a vaidade de lado um pouco, vem ser você mesma. Larga esse secador: não há nada mais despretencioso do que cabelo secando ao vento...

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