Nos últimos anos comecei a me familiarizar com o termo do título e a pensar mais sobre como vivemos de excessos o tempo todo, eu principalmente. Algumas vezes, bem antes de começar a refletir sobre meu modo de consumir, eu olhava para as coisas que estavam no meu quarto e pensava por que acumulava tantas coisas que não usava. E por que continuava comprando mais coisas. E por que, de repente, não havia mais espaço para coisas novas.
De certa forma, essa mentalidade minimalista sempre foi presente na minha casa, especialmente quando você conhece minha mãe. Ela vivia me dando altas broncas sobre como eu comprava muito mais produtos do que daria conta de usar ou livros do que daria conta de ler. Ela tinha razão.
Ficou claro que eu entulhava além da necessidade quando, ao trazer tudo o que era meu para um espaço só, enchi um armário gigantesco com coisas. Roupas, sapatos e cosméticos. E a necessidade de agilidade da minha vida em fazer malas e ter sempre comigo produtos que supostamente uso todos os dias me perseguia diariamente. Na nova mudança trouxe o mínimo do mínimo e adivinhem: ainda tenho coisas aqui comigo que nunca utilizei em 5 meses de Ribeirão. Isso me irrita profundamente por que posso visualizar o dinheiro gasto em cada compra não utilizada.
Percebi que a ideia de comprar era mais forte do que a utilidade daquilo na minha vida. Acredito que, com minhas roupas eu estou bem perto de alcançar um ideal maravilhoso de utilização, até por que, meus quilos a mais fizeram o papel de selecionador natural das roupas que precisavam ir embora. Já meus livros e produtos... quanto ainda preciso caminhar! Parei de comprar livros há anos por não dar conta de ler (Netflix me deixou preguiçosa, confesso). Chega a ser monstruoso o esforço que faço diariamente tentando me convencer de que não, não preciso comprar mais uma base se nem passo maquiagem todos os dias. Não, não preciso comprar mais um esmalte por que já tenho uma cor parecida com aquela.
A vontade de desentulhar é tanta que sinto que deveria simplesmente jogar tudo fora e ficar apenas com os essenciais, mas a razão obviamente me diz para que utilize tudo e pare de comprar novamente o que não uso com frequência. Sigo andando a passos de formiguinha, numa guerra entre o minimalismo e a minha necessidade de estocar coisas.
Atualmente, comecei a me questionar a respeito da quantidade de lixo que produzo e estou muito preocupada. Consumir delivery me faz um monstro das embalagens e merda, como eu amo um supermercado. Em uma atitude mais simples, parei de utilizar canudos em restaurantes e afins. Canudo é a coisa mais desnecessária da vida, você usa por meia hora e joga fora e todos nós sabemos que você seria perfeitamente capaz de beber qualquer coisa (exceto um milkshake talvez) sem um canudo.
Continuo me questionando, todos os dias. A alergia me fez repensar todas as formulações dos meus cosméticos. A falta de espaço me fez repensar meus acúmulos. A falta de paz me fez repensar meus relacionamentos do final do ano passado pra cá. Espero que a falta de saúde não venha me fazer repensar minha alimentação nem minha rotina e que consiga mudar antes disso. Deixar algo pra trás no mundo em que vivemos parece auto-sabotagem, mas vivo aprendendo, todos os dias, que isso é essencial para minha sanidade e meu crescimento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário